O seu trabalho é imposto pelo caráter radical das intervenções que, desde o primeiro momento, se baseiam num hibridismo intencional que resulta no jogo e na permutação entre sinais linguísticos e não linguísticos. A contaminação que, nos anos 60 e 70, deriva da utilização de diferentes materiais gráficos, encontrará, nos anos 80, apoio na utilização de meios de vídeo e informáticos. A este nível, pode dizer-se que a sua poesia para programação informática abriu novos caminhos à poesia experimental. Muitas vezes misturando, intencionalmente, questões relacionadas com a materialidade e a mediação, nos seus procedimentos de trabalho baseados em sistemas digitais aparecem misturados com a representação de caracteres analógicos. O seu trabalho recente, no contexto da performance, em espaços reais ou virtuais como Second Life, é essencial para avaliar de que forma as práticas experimentalistas interferem com as práticas sociais em que se articulam.
Silvestre Pestana
26.06.2020
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