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Espaços na Terra

Obra online: espacosnaterra.cubiculo.phenomena.pt
21 de Julho, 17.30h – Conversa com Filipa Oliveira, Joana & Mariana e Hugo Canoilas. Live streaming aqui.
15.07–05.10.2020
Cubículo 2020

Joana & Mariana

Joana Baptista Costa nasceu em Lisboa, no ano 1982 e Mariana Leão em Paredes, no ano 1981. A dupla tem atelier próprio desde 2008 na cidade do Porto. Os seus trabalhos abrangem áreas do design de identidade gráfica, editorial e de exposição, cruzando a prática de atelier com a pesquisa e a teoria do design. Como investigadoras/designers foram convidadas a trabalhar em diferentes projetos. Participam regularmente em conferências, residências e na tutoria de workshops onde desenvolvem trabalho investigativo e colaborativo a partir de processos de levantamento de contextos históricos e de arquivo, tais como investigação na Cooperativa de Produção dos Operários Pedreiros Portuenses para o projeto Europeu “The Technical Unconscious”.

Hugo Canoilas

Nasceu em Lisboa em 1977. Atualmente vive e trabalha em Viena, Áustria.
Hugo Canoilas tem vindo a trabalhar entre o gesto individual e o coletivo de forma abraçar as transformações que estão a acontecer com a quarta revolução industrial, a consciência do impacto humano no planeta e as possibilidades da arte como parte integrante de um todo, onde o feminismo e a ecologia têm sido forças prementes na transformação da produção cultural. O projeto coletivo “A Gruta” que funciona na cave da galeria Quadrado Azul em Lisboa, transporta esse desejo de incorporação de novas sensibilidades e formas de empatia que tomam lugar num espaço não arquitectónico, não racional, feito com objetos e materiais encontrados que colocam os visitantes e aqueles que sucessivamente ali intervêm sob a nuvem negra da pega humana no planeta. É um lugar que sublima a comunidade entre autores e entre autores e o público e procura novas cosmogonias e relações entre coisa.
Canoilas co-editou com Cecilia Groenberg, Tobi Maier e Jonas (M) Magnusson a publicação OEI #80–81: “The zero alternative: Ernesto de Sousa and some other aesthetic operators in Portuguese art and poetry from the 1960s onwards”.
Canoilas foi recipiente do prémio Kapsch 2020 na Áustria, fará uma apresentação individual no Museu de Arte Contemporanea de Serralves, Porto, em Outbro deste ano e no mumok – Museum moderner Kunst Stiftung Ludwig Wien em Novembro.

Haverá sempre algo de absolutamente espectral numa relação epistolar. Uma presença ausente e um desejo de presença que sabemos não ser cumprido senão na evocação e na projeção de um diálogo que desafia o tempo.

A obra conjunta de Hugo Canoilas e da dupla Joana & Mariana, recupera uma ideia quase anacrónica para estes tempos forçosamente digitais, ao lançar o desafio de nos relacionarmos com esse tempo através da fixação da palavra, da intuição visual e da pretensa comunicação.

A hipótese de o fazer através de um movimento que carece de tempo, por ser contra-corrente, pede que o observemos enquanto exercício de resistência a um novo-normal que se instala de modo sub-reptício até fazer esquecer as razões dessa mudança.

O processo de transformação do diálogo entre obra e artista, entre discurso e recepção, entre memória e inscrição, ganha, aqui, a possibilidade de reagir aos tempos pandémicos, resgatando formas de diálogo, e de relação temporal, que assumíamos desacreditadas.

Entre a explosão de cor e as palavras de ordem, este objeto, ao mesmo tempo virtual e real, potencia a criação de relações simbólicas entre forma e significado, num exercício de imaginação e reação a todos os níveis de uma feliz anacronia.

A que exercícios de imaginação nos podemos entregar? A que hipótese de organização comunitária podemos reagir? De que modo podemos construir uma relação de proximidade na distância? O que é real na construção de um coletivo com tantos e tão variados pontos de partida?

Estas perguntas, formulações utópicas de interpretação desta obra coletiva, atendem não apenas ao processo de diálogo entre alunos e artistas, mas também entre os próprios artistas e destes com aqueles a quem o cartaz foi enviado, ou o possa encomendar.

São, ainda possibilidades de diálogo para um exercício de transformação do gesto artístico em gesto público, antes de ser político. Um gesto que se quer anunciador, mais do que executivo, por pretender lançar um diálogo e não determinar uma resposta direta ou única.

Podemos, contudo, admitir o seguinte: a ausência de resposta não é – ou não será – uma resposta menos relevante, ou menos certeira, do que a mais completa, e pretensamente cumprida, resposta que alguém possa dar. Precisamente, é porque este projeto desafia a própria lógica de diálogo imediato, porque impedida da presença física, que a resposta pode existir de diferentes formas, uma delas sendo o silêncio e, ou, a ausência.

Talvez o tempo que aqui esteja a ser proposto, não possa, ou não devesse, admitir respostas, e formas de resposta, anteriores a este tempo, precisamente para evitar cair na armadilha do novo normal. Talvez, a possibilidade de resposta careça de uma coexistência com a própria obra, tal como os artistas precisaram de aprender a recusar a proposta inicial de diálogo, construir, inventando formas, a sua própria hipótese de fala, e, agora que a mensagem foi enviada, esperar, o tempo que for necessário, por uma resposta que poderá nem vir, e que, de qualquer forma, nunca ficará completa por todas as que chegarem entretanto.

Curadoria • Gestão • Produção
Licenciatura em Programação e Produção Cultural (2º ano 2019/2020) Adriana Dourado | Catarina Parente | Francisco Branco | Henrique Almeida | Ivo Rodrigues | Margarida Bezerra Bastos
Texto de Folha de Sala e Programa de Activação
Licenciatura em Programação e Produção Cultural (2º ano 2019/2020) Tiago Bartolomeu Costa
Orientação Curatorial
Lígia Afonso, Ricardo Pimentel
Orientação de Produção
Ricardo Pimentel
Orientação de Programa de Activação
Ana João Romana Sílvia Moreira
Orientação de Comunicação
Carla Cardoso
Gestão de Projeto
Luisa Arroz Albuquerque
Design Gráfico
Nayara Siler
Serigrafia
Nuno Bettencourt Torres
Web
Somewhere Nice (Tiago Abelha e Carlos Quitério)
Organização
Licenciatura em Programação e Produção Cultural Cubículo Cátedra Unesco em Gestão das Artes e da Cultura, Cidades e Criatividade ESAD.CR / IPL
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